sexta-feira, 11 de abril de 2014

E depois me perguntam por que sou contra o capitalismo?


Como todos os demais Seres Humanos me adapto para sobreviver. Sou obrigado a vender o único bem que possuo, a minha força de trabalho, para então poder ter acesso aos bens básicos que fazem a vida ser possível e aos bens menos básicos que há fazem mais agradável.

Assim trabalho para poder comprar comida, morar em baixo de um teto, possuir uma TV por satélite  e ainda me permitir sonhar com um futuro melhor para mim e para minha filha. Esta é a questão objetiva da vida. Simples assim. É de fato uma escolha que fazemos. A outra seria ser um ermitão, um hippie ou a fim, ou seja, viver fora do sistema estabelecido mas precisando dele, também, para viver. Assim são as coisas e assim vivemos todos os dias.
Página 5 da Revista RADIS
Este fato, porém, não significa que tenhamos de concordar com o sistema. Podemos discordar, podemos querer melhorá-lo ou podemos tentar acabar com ele para recomeçar tudo outra vez pra ver se da certo. São possibilidades.
Mas por que eu quero mudar isso? Por que afinal de contas eu, com meus 35 anos, já longe da idade da rebeldia ainda não consigo compreender a lógica deste sistema com sendo justa? Por causa de dados que o próprios sistema nos fornece.
Capa da revista RADIS
Segundo artigo publicado na revista RADIS, da FIOCRUS, as 85 pessoas mais ricas tem patrimônio igual a quase a metade da população mundial. Estas pessoas cabem confortavelmente em dois ônibus. Na maioria dos aviões comerciais sobra espaço. Cabem até mesmo em pequenos auditórios.

Pois bem, estas pessoas tem patrimônio igual a soma de quase 3,5 Bilhões de pessoas. O valor é algo em torno de U$ 1,7 Trilhões. A figura que ilustra a reportagem mostra várias pessoas carregando uma gigantesca pirâmide onde acima desta paira uma pessoa sentada em uma cadeira com rédeas que guiam os demais quase faz o texto ser desnecessário.
Este sistema funciona assim. A imensa maioria trabalhar para sustentar poucos a quem nem sabemos quem são e obviamente não trabalham. Ou alguém acha que milionários trabalham sol a sol como nós meros mortais?

O Trabalhador produz a riqueza com seu suor, seu esforço, sua inventividade e criatividade. O Trabalhador tem, durante o tempo que está sob mando do seu empregador, horas de sua vida que em que não é senhor do seu destino. E tudo isso para que? Para, como disse acima, sobreviver.

Acreditar que este sistema possa ser justo é fanatismo. Não tem outra explicação. Não há lógica que me convença do contrário.

A verdade está aí a séculos para os que quiserem ver. Este sistema é bom em produzir bens e péssimo em distribuí-los.





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