Sim, o título
deste escrito é uma ironia. Sempre é bom ressaltar isso nos dias atuais.
Feito o
esclarecimento vamos lá.
O que me move
a escrever sobre este tema são os dados e os fatos recentes.
Ando apavorado,
perco o sono e por fim me obrigo a escrever, a pensar, refletir e compartilhar
isso a com alguém.
Uma pesquisa
da conta que 65% dos entrevistados disseram que uma mulher que anda com roupas
curtas merece ser estuprada.
Há casos de
racismo no esporte. Mais de um e em vários países pelo mundo, inclusive o
nosso.
Na política
há quem defenda pessoas que deram choques elétricos, que introduziram cabos de
vassoura no ânus de outras pessoas, que agarram a cabeça de seres humanos e as
forçaram dentro de um tanque com água e forma que boca e nariz ficassem
tapados.
Há uma
descarada incomodação de muitas pessoas com o fato de terem de conviver, nos
mesmos espaços, com pessoas que elas julgam menores que si na escala social por
terem menos dinheiro.
Afinal por
que nossa sociedade está tão afeita a conceitos conservadores?
Entenderia
que a sociedade atual, depois de 25 anos de DEMOCRACIA ininterrupta no Brasil
(conto a partir de 1989 quando teve eleição direta para Presidente) estivesse
em um momento diferente.
Deveríamos estar
em um tempo de aprofundamento das conquistas da Constituição de 1988. Esta
época deveria ser de afirmação definitiva das mulheres; negros; de ascensão
social, em fim do aprofundamento da Cidadania.
Chego, depois
de muito remoer, de pensar, de refletir em uma idéia do que pode ser.
Há uma
espécie de “egoísmo humano” que está fortalecido mais do que nunca em uma sociedade
onde todos vivem com o mesmo fim. Os bens matérias. O que conta é o carro em
primeiro lugar, depois a casa e toda a paranafernalha eletrônica que se puder
comprar. Seguidos pela gula, luxúria e outras tentações que só dinheiro pode
comprar. O sonho dourado do consumo está nos tornando mais coisas do que gente.
Este “egoísmo
humano”, que por óbvio só nós humanos temos, baseia a questão do “SOU A FAVOR.
DESDE QUE NÃO MECHAM COMIGO.” O mecanismo de pensamento, duro como uma
engrenagem fordista, funciona assim.
“Sou a favor da ascensão social, desde que
meu dinheiro não ajude a custear política social nenhuma.
Houve um estupro? Ela facilitou. Desde que
não seja a minha filha.
Pobre tem todo o direito de ir e vir como
qualquer um. Desde que não se utilize do mesmo aeroporto glamoroso que eu
utilizo.
Gosto da democracia, desde que meu partido
ganhe sempre. Caso haja uma derrota apóio uma intervenção armada.”
E assim vamos
pessoal. Vivemos em uma sociedade que ensina que no mundo é cada um por si. O
que vale mais, em todas as instâncias, é o privado. O bem privado, a iniciativa
privada e em última instância o Capitalismo que prega o que mesmo? A livre
concorrência.
Como podem
alguns sonhadores ousar pensar que em um sistema que prega a livre concorrência
as pessoas se importarão com o coletivo, com a coletividade? É utopia demais para
mim. Nesta selva de pedra que este sistema econômico criou é assim mesmo. Cada um
por si e Deus contra todos. “Deus é fiel!”
Dizem alguns na vã esperança que ELE os proteja. Proteger de que? Do próprio
egoísmo, um dos pecados capitais?
Com tudo isso
deveria estar arrasado, mas não estou. Há do lado de cá os que lutam contra
estas idéias e não somos poucos não. A CIDADANIA efetiva é o nosso fim. Uma vida
melhor para todos, até mesmo para os equivocados, é o que desejamos. Nunca
pararemos, nunca vamos desistir, jamais nos calarão.
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