Estive em setembro passado, durante quinze dias ininterruptos em Santa Vitória do Palmar. Encontrei uma cidade devagar, quase parando. Todos se queixando de alguma coisa. As ruas; os bares e os restaurantes desertos. Os comerciantes apavorados...
Estava à toa na vidaO meu amor me chamouPra ver a banda passarCantando coisas de amor
A banda de investimentos vem chegando em prol da conquista e/ou manutenção do poder político municipal. E quando a festa da democracia começar...
A minha gente sofridaDespediu-se da dorPra ver a banda passarCantando coisas de amor
E logo teremos muitos comícios, cheios de gente ávida por propostas e novidades. Os jovens se encontrando sem ser na praça aos domingos e também estarão lá...
O homem sério que contava dinheiro parouO faroleiro que contava vantagem parouA namorada que contava as estrelas parouPara ver, ouvir e dar passagemA moça triste que vivia calada sorriuA rosa triste que vivia fechada se abriuE a meninada toda se assanhouPra ver a banda passarCantando coisas de amor
E a cidade sai do marasmo por quase um ano, afinal...
Estava à toa na vidaO meu amor me chamouPra ver a banda passarCantando coisas de amorA minha gente sofridaDespediu-se da dorPra ver a banda passarCantando coisas de amor
E os vendedores de lanches terão mais clientes, assim como os bares, os restaurantes, todos em prol da coletividade, da comunidade, da cidade. Afinal são CIDADÃOS...
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensouQue ainda era moço pra sair no terraço e dançouA moça feia debruçou na janelaPensando que a banda tocava pra ela
E muitos, principalmente no lado perdedor não serão contemplados, mas assim como a “moça feia” se deleitarão no momento, até porque...
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiuA lua cheia que vivia escondida surgiuMinha cidade toda se enfeitouPra ver a banda passar cantando coisas de amor
Os votos serão contabilizados e os vencedores diplomados, empossados...
Mas para meu desencantoO que era doce acabouTudo tomou seu lugarDepois que a banda passou
Em Novembro o que costuma acontecer é que ao contrário das flores que na primavera chegam a seu explendor, as pessoas se esquecem do momento político e coletivo que viveram. Se voltam para suas casaS e planejam suas vidas, seu verão e seus prórios negócios...
E cada qual no seu cantoEm cada canto uma dorDepois da banda passarCantando coisas de amorDepois da banda passarCantando coisas de amor...
Espero que Santa Vitória supere este umbiguismo e saia da armadilha da individualidade. Em uma cidade pequena assim não há espaço para tantas individualidades, ou todos se salvam, ou todos se dão mal.
VALEU PELA FORÇA CHICO E VIVA A DEMOCRACIA, SÓ NELA POSSO ESCREVER ASSIM.
terça-feira, 13 de maio de 2008
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Não sou de Santa Vitória e nunca fui lá, mas conheço muito bem o cara que escreve esse blog e por isso conheço muitas histórias e um pouco da história de Santa Vitória.
ResponderExcluirParece meio estranho mas a amizade que construir com esse cara (dono do blog) é tão forte e verdadeira que fui criando um carinho muito especial por essa terra ai no sul do nosso Rio Grande do Sul. Portando serei um leitor assíduo desse blog por sei que sempre terá uma História muito agradável e divertida.
Luciano Mega um grande abraço do seu Amigo Tiago Magalhães da Silva.