Antes de acharem que estou louco, por favor leiam toda a coluna e reflitam.
Mais ou menos 15 dias atrás em um bar de Santa Vitória havia uma roda de pessoas muito grande, eram dos mais variados partidos e de atividades econômicas diferenciadas. Falou-se sobre os impostos que no Brasil somam 48% do preço de tudo que se paga. O “Italiano B”; que estava de passagem disse que isso não é o problema do Brasil, uma vez que na Itália a carga é semelhante, 43%.
Claro que a maioria dos que estavam ali não querem nem saber de pagar impostos e demonizam os tais 48%, existe até um dia para comemorar o fim do pagamento de impostos do ano. Mas, e sempre tem um mas, aí começa a contradição.
Uns 15 minutos antes de falarmos sobre a carga tributária, o assunto era a questão social. O nosso visitante falava que estava impressionado com o número de obras na cidade, eu mesmo também estou, assim como com o inegável avanço na questão social através dos programas sociais como Pró-Uni e Bolsa Família do Governo Federal e para não dizerem que sou tendencioso falo também do PIM do Governo Estadual, o qual participei como Coordenador em Santa Vitória trabalhando junto com a Patrícia que é destaque estadual nesse programa é de Santa vitória e pouca gente sabe.
Mesmo que passíveis de criticas e sujeitos a erros é inegável que estes programas estão ajudando muitas pessoas a saírem da miséria. O fato é que justamente eles são levados a cabo com o dinheiro oriundo dos impostos. Ou seja sem os tais 48% não seria possível.
Como a política social nunca é unânime, gostaria de utilizar um exemplo de outro setor do Estado. Segurança pública! Precisei ir com minha companheira a uma delegacia aqui de Pelotas para registrar uma ocorrência de tentativa de golpe via telefone da qual ela foi vítima. Leitores, o que presenciei é algo terrível. Mesmo tendo várias delegacias na cidade, apenas nesta se registram ocorrências, pois é uma espécie de central da queixa.
Cheguei, peguei uma senha e sentei em um banco de madeira não sem antes perceber a precariedade do local. Paredes implorando por tinta e um suporte para TV sem TV. Eram 18h45min e perguntamos para o casal a nossa frente a que horas ela havia chegado. A resposta dela nos impressionou, “17h30min”. Começamos a temer por nossa noite de sono.
A pessoa foi chamada e pela desistência de inúmeras pessoas da fila em seguida foi nossa vez. Existe uma divisória de vidro e atrás desta o balcão onde se registra a ocorrência, com espaço para dois atendimentos por vez. No meio tempo entre a pessoa a ser chamada e eu ser chamado, chegou outro casal e esse me disse que dariam queixa contra os primeiros e que certamente os que entraram antes estavam dando queixa contra eles. Gente um casal terminou de ser atendido e o outro entrou, um deu queixa do outro e como eu disse existe espaço para dois ali. Se eu não estivesse ali em um dos guichês, os dois estariam prestando queixa um do outro ao mesmo tempo e a um passo de distancia. O que poderia ocorrer? Um deles me havia falado em tentativa de homicídio.
Depois o escrivão que me atendeu falou de toda a precariedade da polícia, o computador parecia ter sido usado pelos Egípcios para o cadastramento dos escravos Hebreus. Não havia nem mesmo no móvel aquele suporte mais baixo para o teclado, o que com certeza pode ocasionar LER. O que isso tem a ver com os 48%? Hora! Se já é ruim com eles, quem me garante que será melhor sem eles.
E tem mais, esta semana parece mesmo que fui sorteado, tive que reclamar em duas grandes redes de lojas, uma de telefonia e outra de roupas. Nas duas não tive a oportunidade de conversar com alguém que resolvesse o problema. Fui até a loja e me colocaram a telefonar para as tais centrais, que nem sei onde ficam e muito menos com quem falo. O que quero dizer com isso? Ora! Nem sempre é melhor o serviço privado!
E para coroar tenho uma dúvida cruel. Quem me garante que se a carga tributária baixar para, digamos 28%, o preço dos produtos baixará 20%? Quem me garante que este alívio no tributo não servirá apenas para aumentar a taxa de lucro de alguns poucos brasileiros em detrimento da piora do serviço público que é para todos?
O que quero dizer com tudo isto é que só a duas maneiras possíveis. Ou o imposto é alto e exigimos do ESTADO bom serviços, ou é baixo e nos preparamos para PAGAR por tudo, inclusive pela educação, saúde e serviços considerados básicos. E antes que me venham dizer alguns que já pagam pela educação de seus filhos, quero dizer que isto não passa de embromação, pois este gasto pode ser deduzido do Imposto de Renda, assim na verdade o governo paga uma parte dessa despesa, se não toda.
Será que é benéfico para todos que o imposto seja baixo? Eu posso dizer o seguinte, até agora estudei no Ensino Fundamental em escola pública, no Ensino Médio em Escola particular, onde meu pai deduzia quase todo o valor da mensalidade, fiz a Faculdade em Universidade Federal e o Mestrado em Particular com uma bolsa de estudos que me foi dada pelo Governo Federal. Ou seja, pelo menos eu não posso dizer que o governo só me cobra e não me retorna o que eu pago de impostos.Mas será que apenas eu não posso?
Acredito que a maioria das pessoas que reclama dos impostos vive em condições ainda melhores do que a minha. Isso não quer dizer que eu acredite que tudo está bem, longe disso, basta ver meu exemplo sobre a delegacia, mas quer dizer que devemos prestar atenção em tudo e não sair apoiando qualquer idéia simpática a primeira vista. Devemos analisar tudo. E se o leitor for pobre, preste bem atenção, só com impostos altos você terá uma chance na vida, pois do contrário não existiria a Universidade Pública, o Pró-Uni e outros serviços.
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