Lá vinham Tânio e Luís, caminhando e conversando, quando Tânio viu uma notícia em um jornal que estava exposto numa banca e disse:
- Tá que o pariu!
Luís retrucou:
- E o “pu”?
- Que “pu”?
- O “pu” que vem antes do “tá”!
- Mas que “tá”?
- O “tá” do “tá que o pariu” que tu falaste agora a pouco.
- E daí?
- Daí que a frase ficou incompleta.
- E porque precisa estar completa?
- Porque senão, ninguém entende.
- Todo mundo sabe o que é. Assim é mais suave.
- Se todo mundo sabe o que é, então, da no mesmo dizer ou não?
- Claro!
- Bom! Então é melhor dizer o “Pu” que daí a frase fica certa. Já que não faz diferença...
- Ah! Cara! Que coisa mais chata!
- Mas é verdade! Imagina se a moda pega. As pessoas vão dizer: onde está a “chá” do meu “ca”.
- Quê?
- É isso mesmo! Não dá para ficar cortando a metade das palavras.
- Mas é uma expressão. Todo mundo fala assim.
- Hunf! Todo mundo rouba, mata, desvia verba. Esse é o Brasil.
- Tchê! Tu tá fazendo disso um troço pessoal? Se irritou Tânio.
- Não tem nada de pessoal. É que eu gosto das coisas certas. Explicou Luís.
- Olha só! Deixa eu explicar. Se você ficar brabo e na sala tiver crianças não dá pra falar o “pu”.
- Vós mesmo dissestes que com o “pu” ou sem o “pu” é a mesma coisa. Isso prova que eliminar o “pu” não leva a nada.
- Ah meu Deus do céu. Manda uma ajuda!
- Gué! Tu não eras ateu?
- Era não, sou! Mas é que numa hora dessas...
- Não desvia o assunto, o “pu” ainda está pendente.
Como Deus estava de bom humor naquela manhã, inclusive chamara toda a sua turma para assistir o diálogo, resolveu dar uma mãozinha.
O Jorge, que vinha caminhando pelo outro lado da rua, gritou:
- Tânio! Tenho que falar contigo!
- Obrigado senhor. Prometo que vou estudar uma possível reversão da minha condição de ateu. Tchau.
- O assunto do “pu” heim! Depois a gente se fala de novo.
Ele atravessa a rua e diz ao Jorge:
- Bah! Que sorte! Inda bem que tu me salvou.
- Como “inda bem”? E cadê o “a”?
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