terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

100 CENSURA


Após um longo período de férias, o 100 Censura finalmente retorna. Como o ano está se iniciando (na maior parte do Brasil o ano só começa efetivamente após o carnaval), pensei em fazer algo mais didático (parece professora falando ...) e falar da literatura brasileira desde seus primórdios.
A literatura brasileira começa com o descobrimento do Brasil. Calma pessoal, nenhum escritor tupiniquim começou uma grande obra literária em 1500, apenas convencionou-se que a primeira obra literária brasileira é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Então podemos dizer que o primeiro escritor “brasileiro” foi um português e a primeira “obra literária”, uma carta.
Nesta carta, Pero Vaz informa ao rei o “achamento” do Brasil e lhe fala algumas impressões primeiras a respeito da terra e dos seus habitantes. Veja a descrição que o escritor faz dos índios:

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber.Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com uma confeição branda como cera (mas não o era), de maneira que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar.”

Para ler a Carta na íntegra, siga o link:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=552

Boa leitura.

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