A Saúde está ou é muito cara?

 Um estudo do IPEA mostra que a inflação relativa aos Planos de Saúde é de 318% a partir do ano 2000. No mesmo período o IPCA, índice da Inflação Geral foi de 208%. O IPCA Saúde, que é feito através do IPCA, isolando apenas os itens relativos a Saúde foi de 180%.

A Nota Técnica 54, do IPEA, que trata do tema tem boa parte de seu texto direcionado a questão técnica de como deve ser feito esse cálculo. Há diferenças e divergências acerca de como deve ser feito esse cálculo.

Metodologias a parte o que que a Nota Técnica 54 mostra algumas situações bem claras. A Saúde é mesmo muito cara e a evolução do seu custo, de alguma forma, não acontece de acordo com as regras que estaríamos acostumados no mercado.

Isso fica claro na situação da oferta. Hoje há mais empresas, mais opções e houve o surgimento de planos de desconto. Mesmo assim a concorrência, assim como acontece em outros setores, não fez com que os planos tivessem seu custo reduzido. Ao contrário, de alguma maneira seguem subindo os preços de forma assustadora.

Outra situação que a pesquisa traz é que 20% das pessoas utilizam planos de Saúde privados. Assim sendo, por óbvio, 80% das pessoas tem como única opção o SUS. O Atendimento Universal a Saúde do Estado Brasileiro, trazido pela Carta Magna de 1988, é no final das contas o atendimento que a População Brasileira dispõe de verdade.

Em suma o que mais chama a atenção é a discrepância entre a evolução da inflação dos Planos de Saúde em comparação com a Inflação Geral e mesmo com a Inflação do Subgrupo Saúde, sendo que os Planos Coletivos subiram mais que os individuais.

Por experiência pessoal deste comentarista, posso afirmar que quando temos um doente na família e dispomos de Planos o tratamento é outro. Mas, pelo menos em minha experiência, isso não se reflete na qualidade e sim no acesso.

É muito mais rápido o atendimento quando pagamos por ele, mas somos obrigados a refletir que é mais rápido por que nesse momento não estamos juntos com os Brasileiros todos que estão precisando do atendimento e sim 20% deles.

Para quem quiser saber mais sobre o tema basta clicar no link abaixo para ler o relatório da Pesquisa.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/190610_NT_54_Disoc.pdf