Sobre a Terceirização o leitor tem o direto de saber que:

O dono de uma escola agora poderá contratar, para dar aulas, uma empresa que irá ceder seus empregados. O Professor, vejam só, não será necessariamente funcionário da escola em que ministra suas aulas. A Escola em que ele dá aulas não lhe pagará férias, 13º Salário; FGTS... Isso por que a Escola em que ele lecionar não será a empresa que o emprega. A empresa que emprega o Professor será outra que poderá inclusive colocá-lo em duas ou três instituições diferentes e é esta empresa que irá pagar o salário deste profissional. O que isso altera?

Outra situação. Uma empresa que vende ou fabrica qualquer produto em qualquer lugar do Brasil possuí muitos funcionários, estes além de seu salários, geram um custo social. Digamos que na folha de pagamento existam 100 mil reais em custos relativos a questões trabalhistas (INSS; FGTS; Férias; 13º...). Se estes funcionários não forem contratados pela empresa estes custos não serão mais desta empresa. O que isso altera?

Consideremos o seguinte:

1 Se a folha de pagamento será menor para a empresa é por que esta contratará outra empresa (a chamada terceirizada) para fornecer aquele serviço. A empresa que contrata pagará apenas pelo serviço que receberá e obviamente o ônus dos encargos sociais ficarão com a empresa terceirizada que é na prática a empresa que vai empregar o trabalhador.

O resultado desta conta é um salário mais baixo, pois a terceirizada não terá como pagar o mesmo que a empresa que a contrata pagará pelo trabalho, pois ela também terá seus custos para funcionar, também pagará impostos, em fim, o preço que ela cobrar pelo serviço prestado não poderá ser todo repassado ao trabalhador. Isto é perda de renda do trabalhador e diferencial competitivo para a empresa pois gastará menos com sua folha.

2 A empresa que presta o serviço ao consumidor terá maior facilidade de trocar seu empregado. Isto por que se ele for terceirizado bastará que o responsável se dirija a terceirizada e diga apenas “não quero mais que esta pessoa trabalhe aqui, por favor, me mande outro funcionário de sua empresa”. Isto é precarização das relações do trabalho e diferencial competitivo para a empresa. No mesmo sentido da situação anterior.

Muitas pessoas dizem não entender ou não enxergar a diferença entre a “Direita” e a “Esquerda”. Eu acredito nestas pessoas, pois é mesmo difícil entender estes rótulos, mas podemos resumir como Direita: posições políticas que defendem o capital financeiro e as grandes empresas; e Esquerda: posições políticas que defendem os trabalhadores. O que deixa complicado é a “mania” que existe aqui de haver mudanças de posição, bastante suspeitas, o tempo inteiro.

No caso desta votação fica muito simples de enxergar. Neste caso a votação é frontalmente oposta, ou seja, não há polêmica nenhuma. Uma das opções de voto favorece as empresas e outra favorece os trabalhadores. Cada um vota naquela idéia que será melhor para os que realmente defendem.

Direita: vota para dar maior diferencial competitivo as empresas, vota para baixar seus custos.

Esquerda: vota em defender os direitos dos trabalhadores conquistados ao longo da história.

Direita votou sim e Esquerda votou não! Simples assim! Placar final: 324 votos a favor; 137 contra e 2 abstenções.

O leitor tem o direito de saber como cada partido votou, por isso transcrevo aqui o placar da votação por partido. Quem quiser saber o voto individual de cada deputado acesse: http://www.viomundo.com.br/.

Placar da Votação por Partido:

majoritariamente sim:

- PMDB: 53 sim / 8 não

- PSDB: 49 sim / 1 não

- PSD: 33 sim / 0 não

- PP: 36 sim / 3 não

- DEM: 19 sim / 2 não

- PTB: 18 sim / 5 não

- PV: 7 sim / 0 não

- PR: 23 sim / 7 não

- PPS: 7 sim / 4 não

- PSB: 20 sim / 10 não

- Solidariedade: 14 sim / 0 não

majoritariamente não:

- PT: 0 sim / 63 não

- PSOL: 0 sim / 5 não

- PCdoB: 0 sim / 13 não

- PRB: 6 sim / 14 não

- PDT: 7 sim / 10 não