FUTEBOL, GRE-NAL: A METÁFORA DA VIDA
Poucas coisas na vida me deixam triste. Uma derrota do Internacional é uma das poucas coisas que me deixam triste, perder Gre-Nal então é incomparável. Fico muito mal, deprimido, triste, realmente muito triste. Mas quando vence, é uma satisfação quase inexplicável, tamanho a felicidade, nada mais importa, afinal, vencemos um Gre-Nal.
Ouço muitas críticas de pessoas dizendo que valorizamos demais o futebol, que deixamos coisas mais "importantes" de lado por causa do futebol, que nossa vida é um eterno Gre-Nal.
E realmente é.
O que essas pessoas que criticam não entendem é que realmente o futebol é importante para nós, tão importante quanto a coisa mais importante que a pessoa que nos crítica considera. O futebol faz parte das nossas vidas, ou melhor, nos dá ainda mais sentindo para seguir vivendo. Sim, isso mesmo, e como explicar? É uma paixão, uma paixão que nunca acaba, pelo contrário, só aumenta. É uma paixão eterna. Amores passam, mas o amor pelo nosso clube do coração nunca passará.
E por mais que eu tente explicar para os que não entendem, eu com certeza não vou conseguir. Pois o que eu sinto pelo meu clube do coração é tão grande, tão imensurável, que às vezes parece inexplicável até para mim. Mistura-se com minha própria vida. É um beijo apaixonado que eu dei, e um gol importante que lembrei. É um abraço apertado que ganhei, e um título emocionante que chorei.
Assisti um dia num programa de TV fechada, o jornalista e escritor gremista Eduardo Bueno "Peninha", que sou fã (outro dos meus piores pecados), dizer que "o futebol é uma metáfora da vida. O futebol é árduo, duro, difícil, cheio de sofrimento de glória redentora ao final. A vida não é um tapete verde, a vida é um campo esburacado. E o futebol é essa metáfora da vida". E realmente é isso.
O futebol mistura-se com a vida.
Frisei tudo isso só para introduzir o assunto mais importante que eu gostaria de argumentar, que é a sensação inexplicável do clássico Gre-Nal. Se o futebol por si só já é convidativo ao amor descarado, confesso que assisto até Segunda Divisão do Campeonato do Vietnã se por ventura estiver passando na TV, o clássico Gre-Nal está num patamar acima de qualquer coisa. As nossas paixões por Inter e Grêmio está em outro nível acima de tudo. Junte essas duas paixões e temos aqui no Rio Grande do Sul uma nova Guerra Farrapa. A nossa paixão não podem ser medida, não tenho dúvidas que o clássico Gre-Nal é o mais emocionante e disputado clássico do Brasil, e com certeza um dos maiores do Mundo.
Muitos dirão que é mais uma vez o patriotismo exacerbado e o bairrismo aflorando dos Gaúchos, até pode ser, mas, se levarmos em conta o que muitos dos próprios jornalistas do centro do país dizem sobre o nosso clássico, verão que é mesmo diferenciado dos demais.
A rivalidade Gre-Nal consegue mudar até a cor dos nossos patrocinadores. A Coca-Cola nunca tinha abandonado o vermelho, aqui virou preto e branco. O logotipo azul da Tramontina, aqui virou vermelho dentro das dependências coloradas. Nem mesmo a própria rivalidade entre Boca Juniors e River Plate, uma das maiores do Mundo, conseguiu tal feito. A pouco tempo o Boca tinha o logotipo vermelho e branco da LG estampado no peito, cor do arqui-rival, coisa que aqui, nunca acontecerá.
Pode parecer bobagem, mas não é.

Cada Gre-Nal é especial. Nenhum será igual ao outro. Cada novo Gre-Nal, uma nova história da nossa vida que estará misturada ao clássico. Tudo se juntará. E quando acharmos que um Gre-Nal é o nosso inesquecível, vem mais um e toma posse do seu lugar.
Antes o meu favorito era o Gre-Nal dos 5x2 no Olímpico, Uh! Fabiano acabando com a partida. Depois veio o Gre-Nal do gol 1000 do ídolo Fernandão. Depois os 4x1 com D'Alessandro destruindo, aí veio o Gre-Nal da final do Gauchão de 2011, virada histórica na casa do rival e o título nos pênaltis. Veio o Gre-Nal da última rodada do Brasileirão de 2011, vitória de 1x0 e a classificação para a Libertadores. E quando eu acho que tal clássico vai ser o supra-sumo, vem outro clássico e me surpreende. E por enquanto o Gre-Nal a liderar o meu Ranking particular é o polêmico "Gre-Nal dos gandulas", do Gauchão de 2012.
Mas o futebol como a vida é um mistério sem lógica.
Quanto mais caminhamos, mais aparecerão surpresas, aparecerão buracos, aparecerão novos desafios, aparecerão as derrotas e aparecerão as glórias. E quando menos esperarmos virão novos Gre-Nais, novas histórias de luta, e quando escrever novamente sobre o que é a paixão sobre o futebol, a metáfora da vida ainda nos reservará novos caminhos, pois a estrada é longa, mas a nossa paixão maior ainda.
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