ULTRASSOM

Ser pai é a experiência que vou viver a partir do ano que vem. E todo o processo de “espera” pela chegada do filho(a) já faz com que me sinta assim hoje. São momentos de compras de roupas, idealizações sobre a vida do novo Ser Humano, consultas médicas, em fim tudo muito legal.

Estamos fazendo todo o pré-natal pelo SUS e então estamos vivenciando na prática todos os seus sucessos e falhas. No posto de saúde correspondente ao bairro que moro aqui em Pelotas o atendimento é bom. Apenas a marcação de consultas poderia ser mais agilizada, mas penso que para isto os postos deveriam estar informatizados com um sistema interligado para toda a área da saúde, quem sabe com uma interface já para a área de Assistência Social, uma vez que andam juntas.

Mas quando fomos fazer o ultrassom...

Primeiro que a marcação ocorre da maneira mais anti-funcional que se pode imaginar. De posse da ordem da Médica minha companheira se dirigiu ao centro de especialidades. Lá deus alguns dados e seu nome foi posto em uma lista. Depois de duas semanas ligaram para ela.

Até que me pareceu rápido, visto que o pessoal sempre diz que leva muito tempo para marcar esse tipo de coisa. Mas agora vem o estranho.

O telefonema era para avisar que ela deveria ir ao Centro naquele dia, ela foi e marcaram para o dia seguinte as 8h30min. Por que já não disseram isso pelo telefone? No dia seguinte e cinco minutos antes do horário marcado lá estávamos nós. Cinco pessoas haviam chegado antes de nós, uma das quais nos avisou que tinha de pegar um ficha, lógico que pegamos a ficha 6.

Lá pelas 9h começaram a chamar as pessoas pelas fichas. Eu achava que já era o exame, mas elas iam e vinham tão rápido. A chamada era para preenches uma ficha que vai para a Médica que faz o Ultrasson. Por que não preencheram quando deram a senha? Eram 9h20min mais ou menos quando chegou a Médica que faz o Ultrassom e começou a atender.

Não sei se notaram mas a mesma coisa foi, ou poderia ter sido, marcada 4 vezes. A marcação do Ultrassom poderia ter ocorrido quando a minha companheira foi no Centre de Especialidades pela primeira vez, depois pelo telefone, quando pegou a senha e por fim quando a chamaram pelo nome para entrar a sala.

Não para por aí. Eu que sou leigo no assunto, mas fiz o curso de Técnico em Informática no Ensino Médio, posso dizer que o monitor daquele aparelho era jurássico. O próprio aparelho era um borrão só. Cheio de chuviscos. Não enxergava nada. Eu só tinha esse parâmetro por que quando a gravidez de minha companheira estava em 12 semanas tivemos de fazer um particular. E vejam só, se via claramente o bebê com 12 semanas, se distinguia tudo, pé, mão, cabeça, isso que o bebê tinha 5 cm. No do SUS não enxerguei nada, tive de perguntar para a médica onde estava a cabeça, isso com 20 semanas e 3 cm só de coxa.

Não precisa ser técnico em nada para saber que aquele aparelho não presta, pois em um momento a tela se desligou e a médica deu dois tapas para que ela voltasse a funcionar. Depois desligou do botão e ligou de novo.

Ficamos com a dúvida sobre o sexo da criança, apesar de que parece ser uma menina, segundo a médica ela estava sentada e de pernas cruzadas. Eu não via nenhuma perna, quanto mais cruzadas... A Médica se arriscou e disse que tem 95% de chances de ser menina. Vamos fazer outro para confirmar.

Eu que defendo muito este plano de saúde, o SUS, digo que ele tem que ser melhorado e nunca terminado como querem alguns. Ele é plano que a maioria das pessoas tem condições de pagar. Mas tem cada coisa... Por que ele não é de graça não, sai caro até. Está em tudo que se consome. As pessoas têm que serem respeitadas.

Depois dessa experiência passei a acreditar na história de uma amiga de minha companheira que disse para ela, e eu na época não acreditei que o ultrassom dela deu que ia ser uma menina e ela foi e comprou tudo cor de rosa. Na hora do parto vieram meninos gêmeos.