TAVA PENSANDO

PASSEIO E REFLEXÃO

Para quem passa o tempo todo entre escritório, telefone e papéis, viajar em feriados é muito bom. Melhor ainda quando podemos fazer isso indo a nossa terra natal. Cheguei na quinta a Santa Vitória do Palmar e desde então tenho me divertido bastante.
Passei bons momentos com a família e amigos e tive a oportunidade de mostrar a “Árvore do amor”, lá na Praça dos Donatos, para minha companheira. Pude passar para ela a lenda da árvore do amor, em que segundo a qual se a pessoa talhar na árvore o seu nome e o da pessoa amada conquistará essa pessoa. Lenda um tanto antiecológica.
Pude ir a Barra do Chuí, do lado uruguaio, e relembrar minhas vivencias naquele balneário, principalmente quando era criança e pré-adolescente. Tomei um banho de mar, purificante. O mar é tão imenso, tão gigantesco que nos faz lembrar de tantas coisas. Faz-nos refletir sobre a vida, inevitavelmente. e assim chegamos ao ponto.
Refletindo sobre a vida nos tornamos mais Humanos, pois para isso é necessário a abstração e essa condição é essencialmente humana. Quando nos abstraímos chegamos a conclusões que nos fazem reafirmar, mudar ou adaptar as coisas que fazemos e os rumos que damos na vida.
O mesmo vale para uma cidade. Uma cidade que não para e pensa o seu futuro é menos humana. Uma cidade que apenas toma medidas pontuais está sendo instintiva apenas e não raciocina. De nada adianta ter a manutenção em dia se ninguém nunca para e pensa como deve ser a cidade.
Como faremos para lidar com o déficit habitacional? Será que o melhor é mesmo fazer todas as casas populares no mesmo lugar. Não poderíamos assim estar criando guetos? Será que desta maneira não estamos ajudando a especulação imobiliária?
Em fim, passear é muito bom e relaxante. Mas mesmo relaxando, minha condição de sociólogo sempre me faz pensar sobre as coisas que vejo. Ainda bem!